sexta-feira, 25 de janeiro de 2019

Empoderamento feminino?

Minha amiga Cacá hoje me marcou nessa publicação.
Percebi que não faço definitivamente parte do movimento das mulheres empoderadas apesar de ser totalmente uma.
No mundo de hoje se prega que a gente pode fazer o que a gente quiser, e a gente pode mesmo.
A gente sempre pôde. A diferença que hoje a gente sabe disso.
Só que muita coisa tem se perdido no tempo por conta de tanto empoderamento.
Num bate-papo esses dias com uma amiga ela estava me contando sobre o feitio do Daime.
Falou que as mulheres têm uma função e os homens têm outra e que a função dos homens é muito mais árdua do que a das mulheres.
Isso acontece porque fisicamente existem diferenças.
Nada me impede de fazer trabalhos braçais, como nada impede homens de fazer trabalhos mais sutis. Mas eu quero isso?
Eu não vou deixar de ser feminina se eu trocar o chuveiro que queimou. E meu marido não vai deixar de ser masculino por que limpou a casa e cozinhou para mim.
Mas as coisas estão no nível em que as pessoas acham sem noção um homem oferecer ajuda a uma mulher.
É claro que eu consigo carregar essa caixa pesada. Mas é claro também que eu posso aceitar a gentileza de uma pessoa que se oferece pra carregar pra mim.
O homem caça e a mulher fica em casa cuidando da cria, né?. Isso é desde o tempo das cavernas. E já passou muuuuito tempo desde as cavernas.
Hoje somos livres para ir à caça se quisermos mas não necessariamente somos livres se quisermos ficar em casa cuidando da cria.
O movimento de empoderamento tem obrigado a gente a GOSTAR de matar o dragão e tirar o vestido cafona.
Eu não acho o vestido cafona. E eu posso, mas eu não quero matar dragões.
Não quero bater palma para memes como esses que te fazem acreditar que se você gosta de ser a princesa que é salva, você tá errada.
Eu estou sim no meu castelo esperando para ser salva. Por escolha.
Enquanto isso no meu castelo eu troco lâmpadas, conserto a porta do armário, furo a parede para colocar quadros, reformo os móveis e dou conta de tudo isso com o meu dinheiro.
Não porque eu gosto. Mas por que eu posso fazer. E faço.
E se alguém chega na minha vida para não somar nas coisas que eu não gosto de fazer - porque eu realmente sou a princesa -  então para mim não serve.
Para mim, mesmo nesse mundo de hoje de tanto empoderamento feminino, ser feminina ainda é deixar ele abrir o pote de azeitona mesmo sabendo o truque da colher e que de fato eu nunca precisaria dele pra isso.
Eu sou a princesa e gosto de ser assim. Empoderamento nenhum vai me tirar a satisfação que tenho quando presencio um ato de cavalheirismo.
Talvez esse empoderamento seja realmente benéfico quando ele empoderar PESSOAS, e não especificamente mulheres.
As pessoas precisam entender que elas podem ser e fazer o que elas quiserem sem depender das outras. Mas que elas podem se deixar depender se elas quiserem também.

Pracy